Até agora...

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Fortaleza, CE, Brazil
Estudante de Licenciatura em Matemática(pasmem), adoro filmes, livros e contos... Vento, nuvem, céu, flores...

domingo, 3 de julho de 2011

Anos passados...

Eu tenho estado meio
                     por fora do mundo


Por cima do muro


Por baixo do céu

E foi de novo aquilo que entra sem ser convidado

Aqueles sonhos,

desejos repentinos...

Mas ele foi...

foi e mesmo assim me deixou aqui

meio que por fora do mundo

por cima do mundo

por baixo do céu.

No caderno novo

Começo hoje um novo
                       nascer
Trago um novo sol,
um pouco de
água,
um tanto  de
capricho,
carinho,
choro
e
ternura!
Trago oxigênio,
                     um respirar melhor.
Trago a lua para
                     descanso e alegria!


E um punhado de terra...

Serás vida!!!

Quando Fecho os Olhos

Chico César

Composição: Chico César/Carlos Rennó
E aí você surgiu na minha frente,
E eu vi o espaço e o tempo em suspensão.
Senti no ar a força diferente
De um momento eterno desde então.
E aqui dentro de mim você demora;
Já tornou-se parte mesmo do meu ser.
E agora, em qualquer parte, a qualquer hora,
Quando eu fecho os olhos, vejo só você.
E cada um de nós é um a sós,
E uma só pessoa somos nós,
Unos num canto, numa voz.
O amor une os amantes em um ímã,
E num enigma claro se traduz;
Extremos se atraem, se aproximam
E se completam como sombra e luz.
E assim viemos, nos assimilando,
Nos assemelhando, a nos absorver.
E agora, não tem onde, não tem quando:
Quando eu fecho os olhos, vejo só você.
E cada um de nós é um a sós,
E uma só pessoa somos nós,
Unos num canto, numa voz.



Ai como gostei....


terça-feira, 21 de junho de 2011

Do retorno

Os olhos bem sabem que o sumiço se vez presente
Que os dedos ficaram ausentes
Que os sentidos foram passear
Estar com a atenção voltada pra outro ser nos entorpece
E o que se faz para que essa linha quebre?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Chanson pour Charlotte

Que venha trazendo sorrisos e lágrimas
Que ganhe o mundo
E que defina sua vida a mais feliz de todas as vidas
Que ganhe abraços sinceros

Que pinte que borde
Que aprenda outras línguas e conheça outros sabores além do doce, amargo e azedo
Que vire o quarto ao avesso

Que ande e que fale depressa
Que leia, que desenhe, que diga o que quer e escute o que não quer
Que vire o mundo pelo avesso

Que me abrace e me beije
Mas que grite comigo e diga que sou chata
Que seja canceriana ou leonina
Mas que seja para sempre amada

sábado, 23 de abril de 2011

#Eu SOU Gay

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.